O diretor José Padilha da sequência ao filme Tropa de Elite, lançado em 2007, com Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro, lançado nesse ano. Com roteiro de Bráulio Mantovani, o mesmo de Cidade de Deus e Ultima Parada 174, e produção da Universal Pictures Brasil.
Quem diria que mais um filme que retrata o tráfico de drogas nas favelas cariocas iria revolucionar o cinema brasileiro, chegando a ganhar prêmios internacionais, como o Urso de Ouro em Berlim. José Padilha traz com os filmes a realidade da maneira que todos gostaríamos de assistir.
O primeiro filme se passa em 1997. Reproduzindo o dia-a-dia do grupo de policiais e de um capitão do BOPE (Wagner Moura), que quer deixar a corporação e tenta encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente dois amigos de infância se tornam policiais e se destacam pela honestidade e honra se revoltando com a corrupção existente no batalhão em que atuam.
Padilha quis focar o violento tráfico de drogas, e a inquebrável corrupção na Polícia Militar. Mostrando os impactos na sociedade. O Capitão Nascimento é o narrador da história, sendo um mero coadjuvante que conta a história sendo vista de longe, porém graças ao desempenho de Wagner Moura, o personagem ganha mais destaque do que imaginado. Os verdadeiros protagonistas do filme seriam Neto (Caio Junqueira) e Matias (André Ramiro), que aprendem a lidar em meio a podridão dentro da PM.
O filme traz um cenário violento, na maior parte do tempo nos morros. A correia dos personagens faz que o filme fique mais dinâmico, os fortes estrondos fazem o publico não tirar os olhos da telona.
Na sequência do primeiro filme, em Tropa de Elite 2, o agora Coronel Nascimento bate de frente com o sistema que domina o Rio de Janeiro, na Secretária de Segurança, ele descobre que o problema é muito maior do que imaginava. Assim ele precisa equilibrar o desafio de pacificar uma cidade ocupada pelo crime e com as constantes preocupações com o filho adolescente.
Agora o narrador da história vem mais forte, Coronel Nascimento é o personagem central. Quinze anos mais velho tem que lidar com o acido Sistema. O filme se desenvolve em torno da corrupção na política, e o envolvimento direto dos governantes no trafico de drogas (quando no primeiro se desenvolvia em torno da PM).
A continuação trata dos conflitos pessoais do Nascimento, desenrolando o filme num drama, ao contrário do primeiro que é predominantemente descritivo.
Já o cenário do segundo filme abusa menos da violência, mais não deixa de ser ríspido, a fotografia já é outra, reparamos em escritórios, gabinetes, auditórios, e ai invés da correria, agora os personagens são mais precisos.
A diferença do enfoque entre os filmes é marcada na ultima cena de ambos. O primeiro acaba com o Capitão Matias apontando e engatilhando uma arma no rosto de um traficante. Já o segundo mostra o Coronel Nascimento num quarto de hospital preocupado com a recuperação de seu filho.
Polêmico, é a perfeita descrição para o filme e seu diretor, que em pleno ano de eleições, mais precisamente uma semana depois do 1º turno, lança um filme que joga na cara o fétido sistema político em que vivemos. Idealizando nas ações do personagem Coronel Nascimento, as mesmas que deveria ser que todo cidadão brasileiro.
O sucesso dos dois filmes é indiscutível. O trabalho de Padilha fugiu do típico filme brasileiro rechiado de cenas de sexo, sem apelações o diretor soube trazer a realidade à tona, fazendo com que telespectadores chorassem nas salas de cinemas assistindo um filme de ação.
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